Imagine um supercomputador, mais poderoso que qualquer outro já criado e que pesa menos do que um notebook. Imaginou?

Esse supercomputador é o cérebro humano, um órgão cheio de mistérios, curiosidades e capacidades.

Neste artigo, vamos entender mais sobre o cérebro, conhecer alguns mitos sobre ele e compreender como podemos torná-lo afiado em qualquer idade com simples mudanças em nosso estilo de vida, baseadas no livro Mente Afiada, de Sanjay Gupta. Vamos lá?

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Conhecendo o nosso cérebro

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Com um peso de quase 1,5 kg, o cérebro contém todos os circuitos de que precisamos para fazer praticamente tudo.

Pense no seguinte: nosso cérebro pesa menos do que a maioria dos notebooks, mas tem um desempenho que nenhum outro computador consegue, nem jamais conseguirá, igualar.

É por isso que, de acordo com Sanjay, autor do livro Mente Afiada, a metáfora do cérebro como um computador falha miseravelmente.

Além disso, estima-se que o cérebro humano contenha algo em torno de 100 bilhões de neurônios, ligados a trilhões de conexões cerebrais chamadas sinapses que nos fazem:

  • Sentir raiva ou fome;
  • Pensar de forma abstrata;
  • Lembrar;
  • Ter criatividade;
  • Contar mentiras ou piadas e por aí vai.

Mas os fatos interessantes sobre o cérebro ainda vão mais além: se comparado a outros mamíferos, o tamanho do nosso cérebro em relação ao nosso corpo é espantosamente grande.

Vejamos o cérebro do elefante, por exemplo. Ele corresponde a 1/550 do peso do tamanho do animal. Já o nosso cérebro, por outro lado, tem cerca de 1/40 do nosso peso corporal.

Mas a característica que mais nos destaca das outras espécies é a nossa capacidade espantosa de pensar de diversas maneiras que vão muito além da mera sobrevivência.

Em geral, anfíbios, peixes, répteis e aves, por exemplo, não “pensam” muito, pelo menos não do jeito que a gente faz.

É claro que eles se preocupam com questões como comer, dormir, se reproduzir e sobreviver, processos instintivos controlados pelo chamado “cérebro reptiliano”.

Nós, também, temos esse cérebro repitiliano que comanda as mesmas funções em nós. Mas a complexidade e o tamanho avantajado do nosso córtex cerebral nos permite realizar tarefas mais complexas.

Podemos usar a linguagem com mais sucesso, adquirir habilidades complexas, criar ferramentas e viver em grupos sociais.

Uma outra função do cérebro importante é a memória que, além de ser a pedra angular do aprendizado, nos ajuda a guardar lembranças como o cheiro da comida da nossa vó, o som da voz do seu filho ou a imagem de um parente já falecido.

E se você pensa que as curiosidades sobre o nosso cérebro acabam por aí, você se enganou. Alguns outros fatos curiosos do nosso cérebro incluem:

  • Nosso cérebro é composto por mais ou menos 73% de água e, por isso, bastam 2% de desidratação para afetar a atenção e a memória;
  • O cérebro é o último órgão a amadurecer e atinge a sua plena maturidade lá pelos 25 anos;
  • As informações do cérebro podem viajar mais depressa do que carros de corrida, a até 400km/h;
  • Nosso cérebro gera eletricidade suficiente para alimentar uma lâmpada LED de baixa potência;
  • Nosso cérebro consegue processar uma imagem em menos tempo do que levamos para piscar.

Principais mitos sobre o cérebro

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Assim como diversas curiosidades do cérebro, existem também diversos mitos. E, em Mente Afiada, Sanjay Gupta faz questão de esclarecer alguns deles:

🕵 Mito #1: O cérebro ainda é um completo mistério

Embora ainda haja muito o que aprender, recentemente, diversos pesquisadores deram grandes passos para entender o cérebro. É por isso que a área da Neurociência está sempre fervilhando com informações novas.

👴Mito #2: Pessoas idosas estão condenadas a esquecer

Existe um fundo de verdade nesse mito, já que algumas habilidades cognitivas declinam, sim, com a idade, principalmente quando estratégias preventivas não são empregadas.

No entanto, embora seja mais fácil aprender um novo idioma quando se é mais novo, é mais provável que você seja melhor com o vocabulário, melhor juíz de caráter e saiba encerrar ou lidar melhor com discussões quando se é mais velho.

🗣️ Mito #3: É preciso dominar um idioma antes de aprender outro

Crianças pequenas que aprendem duas línguas ao mesmo tempo não se confundem e, embora possa levar mais tempo para dominar as duas línguas, isso não significa que seja uma má ideia.

As áreas diferentes do cérebro não entram em conflito. Além disso, uma das razões que fazem parecer que crianças aprendam um novo idioma mais rápido que adultos é que elas são menos envergonhadas.

🧠 Mito #4: Só usamos 10% do nosso cérebro

Esse é um mito bastante comum que sugere que temos uma reserva imensa de poderes mentais não aproveitados. Mas realmente desperdiçamos 90% do nosso cérebro? É claro que não. Isso seria ridículo do ponto de vista evolutivo.

Esse equívoco acontece porque 90% das células do cérebro são células de apoio, que provêm assistência física e nutricional. Os outros 10% das células são os neurônios, que se encarregam de "pensar".

Ou seja, embora as células de apoio não tenham uso constante, isso não significa que elas não tenham sua função.

➡️Mito #5: Você é dominado pelo “cérebro direito” ou pelo “cérebro esquerdo”

Ao contrário do que se pensa, os dois lados do cérebro são dependentes entre si e trabalham em conjunto de forma complexa.

Por exemplo, no caso da leitura, o lado esquerdo lida com a gramática e pronúncia, enquanto o lado direito com a entonação. Assim, tanto na leitura, quanto na matemática, o cérebro utiliza os dois lados.

Como manter a mente afiada

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Mas e como manter a saúde cerebral e tornar nossa mente afiada? Para Sanjay, existem cinco pilares fundamentais para tornar seu cérebro ativo e saudável em qualquer idade.

Eles são:

  • Movimento;
  • Descoberta e Propósito;
  • Sono e Relaxamento;
  • Nutrição;
  • Conexão.

Vamos entender melhor sobre cada um deles.

🏋️‍♀️1- Movimento

De acordo com o autor, o movimento é a coisa mais importante que se pode fazer para melhorar a função do cérebro e sua resiliência no que diz respeito às doenças degenerativas.

Isso porque a boa forma física talvez seja o ingrediente mais importante para a longevidade.

E, embora pareça difícil de acreditar, o exercício é a única atividade cientificamente comprovada que provoca efeitos biológicos benéficos para o cérebro.

Porém, a verdade é que muito comum as pessoas dizerem que “não tem tempo” para se exercitar, o que faz com que, na correria diária, o exercício seja a primeira coisa que você cancela.

Mas a questão aqui nem é a vaidade ou aparência, e sim vida e bem-estar.

Em termos gerais, a prática de exercício físico beneficia o nosso cérebro de duas maneiras.

Em primeiro lugar, ele usa de forma eficiente o açúcar em circulação no sangue e reduz inflamações, enquanto estimula a liberação de substâncias que sustentam a saúde dos neurônios novos, o recrutamento de vasos sanguíneos e a sobrevivência de todos os neurônios.

Em segundo lugar, a prática regular de atividade física reduz o estresse e a ansiedade, e isso impacta positivamente a estrutura e o funcionamento do cérebro. No longo prazo, esses efeitos tornam o cérebro mais resiliente, ajudando a abrir caminhos para sermos criativos e engenhosos e capazes de resolver problemas.

Para Sanjay, “exercício” é uma palavra que inclui uma combinação de prática aeróbica proposital (como pedalar, nadar e correr), treinamento de força (como pesos livres, faixas elásticas, aparelhos de academia e pilates) e rotinas que promovam a flexibilidade e equilíbrio (como alongamentos e ioga).

Além disso, exercitar-se também inclui uma vida mais ativa no decorrer do dia, como subir escadas em vez de pegar o elevador, evitar ficar sentado por muito tempo, fazer caminhadas nas pausas e praticar hobbies como dança, caminhada e jardinagem.

Para o autor, é importante suar por pelo menos 150 minutos por semana, tornando o exercício uma atividade diária inegociável, como escovar os dentes, e tentar incluir o máximo possível de movimento natural no decorrer do dia.

📖 2- Descoberta e Propósito

Sanjay começa o capítulo do livro sobre Descoberta e Propósito dizendo que provavelmente nunca vai se aposentar, pois não saberia o que fazer com sua vida.

Para comprovar isso, ele conta sobre um estudo, que mostrou que a cada ano de trabalho adicional, o risco de demência se reduz em 3,2%.

Este resultado faz sentido, afinal, se manter engajado no emprego, principalmente quando é um trabalho gratificante, tende a deixar as pessoas fisicamente ativas, socialmente conectadas e mentalmente desafiadas – coisas que sabemos que protegem a cognição.

Por isso, o conselho dele aqui é retardar a aposentadoria ao máximo e, quando se aposentar, não abandonar a vida. Isso significa buscar atividades que sejam alegres e empolgantes para se manter engajado, continuar a aprender, descobrir e realizar tarefas e cultivar propósito.

Ou seja, nunca pare de aprender e adquirir novos conhecimentos e aptidões, como cozinhar, tocar um instrumento ou aprender uma nova língua.

Também tenha uma noção de propósito. Com ele, vem o amor à vida e a todas as experiências que ela propicia, além de ajudar a manter a plasticidade cerebral e preservar a nossa reserva cognitiva.

👉 Para entender mais sobre propósito e como descobrir o seu, confira esse nosso artigo.

😴 3- Sono e Relaxamento

Como você dormiu essa noite? Você se lembra de ter sonhado? Dormiu direto, sem acordar?

A falta de um sono de qualidade é um problema que afeta cerca de ⅔ das pessoas que vivem no mundo moderno, uma situação que causa:

  • Maior risco de demência, depressão e transtornos de humor
  • Problemas de memória e aprendizagem
  • Doença cardíaca, pressão alta, ganhos de peso e por aí vai

E tem mais! Ao contrário da crença popular, o sono não é um estado de ociosidade neuronal.

Ele é uma fase crítica no qual o corpo se abastece de várias maneiras, um processo que afeta todo o sistema, do cérebro ao coração, ao sistema imunológico e a todo funcionamento interno do metabolismo.

Por isso, se você quer manter seu cérebro afiado, criativo, atento e capaz de processar informações rapidamente, não negligencie seu sono.

👉 Para conhecer dicas de como melhorar a qualidade do seu sono, baseadas no livro Por que nós dormimos, confira esse nosso artigo.

Outro ponto importante mencionado pelo autor é a importância do descanso, ou seja, de incluir atividades de repouso e relaxamento em nossa rotina diária, que podem nos ajudar a reduzir a ansiedade, o estresse e, até mesmo, a dor.

Alguns exemplos de atividades são:

  • Começar e terminar o dia dizendo pelo que você é grato
  • Ser um voluntário em sua comunidade
  • Procurar coisas que te façam rir, como livros, séries e vídeos on-line
  • Fazer pausas no e-mail e nas mídias sociais
  • Praticar a meditação

🍎 4- Nutrição

Para Sanjay, nos últimos anos, há uma confusão interminável sobre o modo ideal de abastecer o nosso corpo.

Pense na sua experiência. Quantas vezes você já pensou: cetogênica, sem glúten, pouco carboidrato, pouco colesterol, paleolítica, vegana?

Assim, o autor sugere não uma dieta específica da moda, mas sim um jeito de comer, ou seja, um estilo alimentar com diretrizes gerais.

S: Sai, açúcar! Siga o ABC

Não tem como argumentar contra o fato de que seria bom para todos nós reduzir a ingestão de açúcar, afinal, essa é a maneira mais fácil de pender para os alimentos mais saudáveis em geral e limitar a quantidade de ingestão de alimentos industrializados.

Além disso, seguir o ABC significa:

Lista A: alimentos a consumir regularmente

  • Hortaliças frescas
  • Frutas vermelhas inteiras (não o suco)
  • Peixes e frutos do mar
  • Gorduras saudáveis (azeite extravirgem, abacate e ovo)
  • Nozes, castanhas e sementes

Lista B: alimentos a incluir

  • Feijões e outras leguminosas
  • Frutas inteiras (além das frutas vermelhas)
  • Laticínios desnatados sem açúcar (iogurte natural e queijo cottage)
  • Aves
  • Cereais integrais

Lista C: alimentos a limitar

  • Frituras
  • Bolos e doces
  • Alimentos industrializados
  • Carne vermelha e seus produtos
  • Latícinios integrais ricos em gorduras saturadas (queijo e manteiga)
  • Sal

H: Hidrate-se com inteligência

De acordo com pesquisadores, até uma desidratação moderada está associada à confusão, desorientação e déficit cognitivo. Logo, aqui a lição é se manter hidratado e a melhor maneira é com água.

A: Acrescente ácidos graxos ômega-3 de fontes alimentares naturais

Peixes gordurosos são uma fonte abundante de ácidos graxos ômega-3 (principalmente salmão, cavala e sardinha) e até mesmo carne de selvagens (como bovinos) contém essa gordura saudável.

Já as fontes vegetais desses ácidos graxos são linhaça, óleos vegetais (como azeite) e nozes e sementes (de chia, de ábobora, de girassol).

Além disso, as fontes alimentares e não os suplementos são a melhor maneira de obter esses ácidos graxos ômega-3.

R: Reduza as porções

Reduzir as porções é uma estratégia poderosa e potente de preveção de qualquer meta ligada à saúde. E, para isso, o ideal é você preparar suas refeições em casa, medir com precisão e não repetir.

Isso porque, ao preparar suas próprias refeições, você traz mais qualidade à alimentação através do maior controle sobre os ingredientes e consegue manejar melhor o tamanho das porções.

P: Planeje as refeições

Uma ou duas vezes por semana, experimente planejar as principais refeições e comprar os respectivos ingredientes. A meta é não se encontrar morrendo de fome em um horário qualquer e recorrer ao Ifood.

🤝 5- Conexão

Já sabemos que somos animais sociais e isso se deve ao fato de que os relacionamentos, além de promover bem-estar psicológico, nos ajudam a desabrochar, principalmente do ponto de vista da saúde cerebral.

Dessa forma, ter laços como amigos e familiares, assim como participar de atividades sociais significativas, ajudam a manter a mente afiada e a memória forte.

E não se trata apenas do número de conexões sociais que você tem. Ou seja, a qualidade e o propósito dos relacionamentos também afetam as funções do cérebro.

Até mesmo o seu estado civil tem influencia nesse risco.

De acordo com pesquisadores da Universidade do Estado de Michigan, os casados têm menor probabilidade de apresentar demência na velhice, os divorciados têm o dobro da probabilidade dos casados e os viúvos ou quem nunca casou, têm probabilidade entre os casados e os divorciados.

Assim, aqui vão algumas dicas para aumentar a conexão:

  • Concentrar-se nos relacionamentos e nas atividades de que mais gosta, como esportes em equipe e grupos de interesse.
  • Fazer questão de se conectar regularmente com parentes, amigos e vizinhos. O contato digital também é importante.
  • Manter ligações sociais com pessoas de todas as idades, ou seja, pessoas mais velhas e mais novas que você.
  • Ser voluntário em uma escola ou centro comunitário.
  • Pensar em adotar um animal, já que cuidar de um gato, cachorro ou passarinho pode ser um poderoso catalizador de interação social.

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