“Você tem poder sobre sua mente – não sobre eventos externos. Perceba isso e você encontrará sua força."

Esta frase, de Marco Aurélio, representa uma das principais lições do estoicismo: focar apenas no que podemos controlar.

A verdade nua e crua é que existem algumas coisas que estão no nosso controle e outras que simplesmente não estão.

No artigo de hoje, vamos entender como essa dicotomia – do que podemos controlar versus o que não podemos – nos ajuda a extrair o máximo de uma determinada situação e nos faz não ser escravo das nossas emoções.

Vamos lá?

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A dicotomia estóica do controle

Sendo um dos princípios mais característicos do estoicismo, a dicotomia do controle gira em torno da ideia de que tudo que acontece em nossas vidas pode ser dividido em duas categorias: as coisas que estão sob o nosso controle e as coisas que não estão.

Para Epicteto, outro filósofo grego do estoicismo, coisas como nossa opinião, motivação, desejo ou qualquer coisa que nós fazemos por nós mesmos estão sob nosso controle.

Já coisas como, por exemplo, o nosso corpo, propriedades e reputação não estão sob o nosso controle.

Por um momento pode parecer estranho Epicteto dizer que o nosso corpo não está em nosso controle.

É claro que nós podemos ir à academia, fazer uma dieta e cuidar da nossa saúde de forma geral.

Mas situações extremas como quebrar uma perna são variáveis que estão totalmente fora do nosso controle.

Nós podemos tomar algumas decisões para tentar mitigar determinados resultados, mas não temos controle algum sobre o que irá ou não acontecer.

Um exemplo bastante usado pelos estóicos para ilustrar isso é o exemplo do arqueiro.

Um arqueiro pode se preparar da melhor maneira possível, treinando todos os dias e escolhendo a melhor flecha.

Mas, a partir do momento em que ele solta a flecha, ele não pode controlar o vento ou o movimento do alvo.

O que esse exemplo quer nos dizer é que não devemos nos preocupar excessivamente com os resultados, mas sim com nossos esforços e preparo, coisas que estão no nosso controle.

Vamos usar um exemplos mais do nosso cotidiano.

Suponha que você tenha uma entrevista de emprego e que você esteja ansioso, o que é uma coisa normal.

Usando o princípio da dicotomia do controle, podemos afirmar que o resultado da sua entrevista é algo que não está no seu controle.

Pode ser que o seu entrevistador tenha acordado de mau humor ou pode existir um candidato que seja mais bem preparado que você.

Na verdade, a sua preocupação deveria ter sido anterior a isso, ou seja, no seu preparo técnico, em buscar informações sobre a empresa e na escolha das suas experiências passadas que você colocou no currículo.

Um outro exemplo seria você ter uma grande prova no dia seguinte na qual você está ansioso.

Ao invés de focar no que não está no seu controle (o resultado da prova), foque no que está no seu controle (se preparar da melhor maneira possível para se sentir confiante para realizar a prova).

A verdade é que muitas vezes nos preocupamos excessivamente com coisas que não estão no nosso controle e que muitas vezes podem nem mesmo acontecer.

Nos preocupamos sobre o que os outros pensam de nós ou se aquela questão difícil vai cair na prova.

Mas, perceba: nada disso está no seu controle.

Sêneca tem uma frase muito interessante sobre essa questão de antecipar desgraças:

“Nada é tão lamentável e nocivo como antecipar desgraças".

E ele diz mais:

“O homem que sofre antes do necessário, sofre mais do que o necessário”.

Ou seja, a moral da história aqui é: você não tem controle sobre quais questões cairão na sua prova ou com quais candidatos você está competitindo em uma determinada vaga, mas você tem total controle sobre estudar e se preparar ao máximo para aprender a matéria da prova e tentar brilhar os olhos do seu entrevistador.

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Faça o melhor que puder – e aceite todo o resto

A principal conclusão da dicotomia estóica do controle é essa: mesmo ao nos esforçar e agir da melhor maneira possível, nunca poderemos controlar 100% do resultado.

Lembre-se de Epicteto: tudo o que podemos controlar são nossos esforços, atitudes e julgamentos no presente.

E, quando nos concentramos apenas nesses aspectos (e aceitamos todo o resto), temos uma mudança de mentalidade muito libertadora.

Por isso, foque em ser uma pessoa mais amável, respeitosa e de bons valores, mas não se incomode se alguém não goste de você.

Foque em estudar e se preparar corretamente para uma entrevista de emprego, mas não se sinta ofendido caso eles desejam seguir com um outro candidato.

Lembra da analogia do arqueiro? John Sellars, um filosófo contemporâneo diz:

"Mesmo um arqueiro experiente às vezes erra o alvo porque o vento pode desviar sua flecha do curso. Não há absolutamente nada que o arqueiro possa fazer a respeito disso".

Ou seja, ao invés de lutar e gastar sua energia desnecessariamente com o que você não pode controlar, foque apenas no que você tem controle.

Um ponto importante que precisa ser destacado é que a dicotomia do controle não está dizendo para sermos acomodados e apenas aceitar o resultado que vier.

Mas sim que se você fez tudo o que estava ao seu alcance da melhor forma possível, fique em paz com o resultado - pois não há mais nada que você poderia ter feito para mudar essa situação.

Ter essa mudança de mindset não só te ajudará a reduzir o estresse, a ansiedade e parar de ser escravo das emoções diante de diversas situações da vida, mas também te tornará uma pessoa mais forte mentalmente e resiliente.