O que é preciso para ser bem-sucedido financeiramente?

Para Morgan Housel, autor do livro A Psicologia Financeira, o sucesso financeiro nem sempre tem a ver com o que você sabe, mas sim com a forma como você se comporta.

De acordo com ele, não tomamos grandes decisões financeiras apenas considerando número de planilhas. Na maioria das vezes, estas decisões são tomadas em jantares de família ou reuniões com colegas de trabalho.

No post de hoje, vamos conhecer 7 lições atemporais deste livro que vão te ajudar a mudar a maneira como você pensa e lida com o seu dinheiro. Vamos lá?

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🧠 Lição #1 – Cuide do seu comportamento

Conforme explicado na introdução do artigo, a principal premissa do livro de Morgan Housel é o fato de que o seu sucesso financeiro tem menos a ver com sua inteligência e mais a ver com seu comportamento.

Para exemplificar isso, ele conta a história de Ronald Read, um homem que nasceu na zona rural de Vermont. Ronald foi a primeira pessoa de sua família a concluir o ensino médio e, para tornar tudo ainda mais impressionante, ele ia para a escola todos os dias de carona.

Read tinha uma vida totalmente discreta. Passou 25 anos consertando carros em um posto de gasolina e depois 17 anos varrendo o chão de uma loja de departamentos.

Aos 38, ele comprou uma casa de 12 mil dólares de dois quartos e viveu nela pelo resto de sua vida. Quando morreu, aos 92 anos, Read ganhou a manchete dos jornais de todo o mundo.

Em seu testamento, Read havia deixado 2 milhões para seus enteados e 6 millhões para o hospital e biblioteca da cidade.

Mas onde ele tinha conseguido todo esse dinheiro? Não havia nenhuma história secreta.

Ele apenas havia guardado o pouco que tinha e investido em ações de primeira linha – chamadas “blue chips” e apenas esperou o poder dos juros compostos agirem.

😌 Lição #2 – Ninguém é maluco

De acordo com Morgan, as pessoas fazem coisas malucas quando o assunto é dinheiro, mas existe uma grande verdade: ninguém é maluco.

Cada pessoa vem de uma geração diferente, é criada por pais diferentes que ganham valores diferentes, em partes diferentes do mundo e por aí vai.

Toda essa situação faz com que as lições que a gente aprenda e, portanto, nossas crenças, expectativas e previsões sejam muito diferentes.

O autor também fala que as nossas experiências pessoais com o dinheiro representam apenas 0,00000001% do que acontece no mundo, estando 80% relacionadas a forma como você acha que o mundo funciona.

Ou seja, cada decisão financeira que uma pessoa toma faz sentido para ela naquele momento e está de acordo com os parâmetros da vida que ela própria determina.

Essa pessoa conta uma história a si mesma sobre o que ela está fazendo e esta história é moldada, nada mais nada menos, pelas experiências que ela viveu.

Para Morgan, um ótimo exemplo disso são as pessoas que compram bilhetes de loteria que são, em sua maioria, pessoas de baixa renda.

E estas pessoas acabam desperdiçando dinheiro anualmente em algo que tem um retorno de um em um milhão, sendo que este dinheiro poderia ser mais bem aproveitado construindo uma reserva de emergência aos poucos.

🍀 Lição #3 – Não ignore a sorte e o risco

Sorte e risco são irmãos e ambos explicam que todo resultado na vida é fruto de outras forças além do mero esforço individual.

Bill Gates, por exemplo, estudou uma das únicas escolas de ensino médio do mundo que tinha um computador na época e ele próprio reconhece que, se não tivesse estudado nessa escola, a Microsoft poderia nunca ter existido.

No entanto, não é nisso que pensamos em nosso dia a dia. A verdade é que a gente prefere histórias simples e menos complexas que podem ser uma verdadeira armadilha.

A Forbes, por exemplo, não coloca em sua capa investidores que tomaram boas decisões mas mesmo assim faliram, o que vai de acordo com uma idea do livro A Arte de Pensar Claramente: “O cemitério dos fracassados é silencioso”.

Até o próprio Bill Gates entende isso e disse certa vez:

“O sucesso é um péssimo professor. Ele faz com que pessoas inteligentes pensem que não vão perder nunca.”

Aqui, o conselho do autor é concentrar-se menos no indivíduo e mais em padrões gerais. Quanto mais analisamos resultados fora da curva, maior a probabilidade da relevância da sorte e o risco e menor as chances de encontrar lições que possam ser aplicadas à sua vida.

💰 Lição #4 – "Suficiente" é relativo

Uma outra lição importante do livro A Psicologia Financeira é que o termo “suficiente” em relação ao dinheiro é relativo.

Para algumas pessoas, parece nunca haver um limite que diga “aqui é o suficiente”.

Isso porque a ideia de ter o “suficiente” pode parecer extremamente conservadora, desperdiçando tanto oportunidades quanto potenciais.

Mas a verdade está bem longe disso: o apetite insaciável por mais é algo que pode te levar até o ponto do arrependimento.

Afinal, existem muitas coisas que não valem a pena arriscar nunca, independente do possível ganho potencial.

Pode ser algo que só cause mal a você mesmo, que te faça ter uma crise de burnout no trabalho ou colocar muito dinheiro em um investimento que você mal conhece só porque todo mundo está falando dele sem que você nem mesmo tenha como bancar.

Reputação, liberdade, família, amigos e felicidade são coisas inestimáveis. E a melhor maneira de preservar essas coisas é saber a hora de parar de correr riscos que ameacem essas coisas.

Em outras palavras, é saber quando você tem o suficiente.

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Lição #5 – O segredo é o tempo

Existem diversos livros que tentam explicar como Warren Buffett, um dos investidores mais famosos do mundo, construiu sua fortuna.

No entanto, para Morgan Housel, a maioria destes livros não prestam atenção à coisa mais simples de todas: a foturna de Buffett não se deve apenas ao fato dele ser um bom investidor, mas sim dele ser um bom investidor desde que ele era literalmente uma criança.

Fato é que a maior parte de seu patrimônio foi construído após Buffett já ter mais de 50 anos.

Ou seja, com toda a certeza a habilidade de Buffett é saber investir, mas seu verdadeiro segredo é o tempo.

Se ele tivesse começado a investir quando ele estava na casa dos 30 e não aos 10 anos de idade como ele começou e se aposentado aos 60, poucas pessoas teriam ouvido falar dele.

Mas, além de deixar os juros compostos agirem, ainda existe outro ingrediente importante para a fortuna de Buffet: a sobrevivência.

Buffett não se atolou em dívidas. Não entrou em pânico e vendeu tudo em uma das 14 recessões que passou. Não machou sua reputação empresarial. Não se deixou esgotar e desistir. Não se aposentou.

Ele sobreviveu e a sobrevivência deu a ele longevidade financeira.

Segundo Napoleão, um gênio militar era aquele que era capaz de tomar uma decisão mediana enquanto todos ao seu redor estavam enlouquecendo.

A mesma coisa vale para um gênio dos investimentos.

😲 Lição #6 – Surpresas acontecem

Para Scott Sagan, professor da Universidade de Stanford:

“Coisas que nunca aconteceram antes acontecem o tempo todo”.

Esta frase representa a importância de não olhar para a história passada como mapa do futuro, afinal, surpresas acontecem o tempo todo.

Para Morgan, a história deve ser encarada como o estudo dos eventos que nos surpreendem.

Porém, com grande frequência, ela é usada por economistas e investidores como guia infalível para o futuro.

E usar a história dessa maneira leva à duas coisas perigosas:

1. Aumenta a probabilidade de deixarmos passar despercebidos eventos transformadores

Os eventos mais importantes nos dados históricos são pontos fora da curva.

15 bilhões de pessoas nasceram no século XIX e XX, mas tente imaginar como seria a economia e o mundo sem:

  • Adolf Hitler
  • Josef Stalin
  • Mao Tsé-Tung
  • Thomas Edison
  • Bill Gates
  • Martin Luther King Jr

2. A história pode ser um guia enganoso para o futuro da economia e do mercado de ações

Isso acontece porque ela pode não levar em consideração as mudanças estruturais relevantes para o mundo atual.

De acordo com Morgan, quanto mais para trás na história você olha, mais genéricas serão as lições que você tirará.

😎 Lição #7 – O maior dividendo do dinheiro

Para Morgan, o maior dividendo do dinheiro é a liberdade e a possibilidade de poder fazer o que se quer, quando se quer, pelo tempo que se quer.

O autor ainda cita um livro publicado em 1981 por Angus Campbell, psicólogo da Universidade de Stanford, que afirmava que um poderoso denominador da felicidade das pessoas era ter uma forte sensação de estar no controle da vida.

E esse é o grande valor do dinheiro, nos dar a capacidade de termos mais controle sobre a nossa vida e o nosso tempo.

Mas isso não significa que o foco deve ser ganhar dinheiro para sair ostentando por aí. Afinal, como diz Morgan, ninguém fica tão impressionado com suas posses quanto você.

Ele até dá um exemplo do paradoxo do motorista do carro, dizendo que muitas pessoas compram carros luxuosos achando que isso lhes trará admiração e respeito, mas a verdade é que todo mundo só presta atenção nos carros mesmo e não dá a mínima para o motorista.